O planeta terra, uma esfera azul que gira em torno do Sol, serve
de casa de mais de um milhão de diferentes espécies, humanos, animais plantas,
todos estes seres vivos habitam este mundo há milhares de anos, ocupando os
céus, o mar, as florestas, as cidades, é um planeta sobrepovoado e todas as
espécies podem contactar entre si, no entanto, existe um mundo para além deste,
um mundo criado pelos humanos para os afastar da realidade dos seus dia a dia,
o mundo virtual, dois mundos que existiam em paralelo... até hoje.
A nossa
história começa com três garotinhas de doze anos que frequentam o ensino fundamental,
Hana, Lisanna e Mizumi, elas passam os seus recreios com os seus videojogos,
principalmente Pokémon, um mundo virtual onde o objectivo é capturar
criaturinhas em pequenas bolas e os usar em combates para se tornarem no numero
um, no entanto, hoje encontramos as três no banco do jardim do seu colégio,
pareciam bastante aborrecidas, alem de estarem com calor, hoje é um dos dias
mais quentes do ano.
— Não
aguento mais este calor, preciso de água — reclamava Mizumi, uma garota de longos
cabelos louros e olhos grandes e azuis, ela sacudia sua blusa branca,
pertencente ao uniforme escolar.
— Eu até
gosto do calor, o dia está perfeito — disse sorrindo uma garota de cabelos
ruivos, olhos verdes e sardas no rosto, o seu nome é Lisanna.
—
Perfeito? Só pode estar louca, Hana me dê uma ajuda e diga que a Lisanna é
louca — Mizumi levantava-se do banco irritada com a atitude da amiga e apontava
para uma menina de cabelos castanhos com duas enormes tranças, que abanava a
saia azul do uniforme.
— Heh?
N-nem está assim tão mau... — gaguejou a pequena Hana com o rosto rosado.
— O quê? Vai ficar contra mim? — Mizumi
agarrou Hana pelo colarinho.
— N-não
disse isso — os olhos castanhos da menina tremiam como um lago agitado por uma
rocha.
— Vai
chorar agora? Hana você deveria dizer o que sente e não apenas ser simpática
para ficar de bem com toda a gente — disse Mizumi.
— Não
enche Mizumi, você é sempre tão irritadiça — comentou Lisanna.
— Como
quer que esteja? Está calor e não temos nada para jogar.
—
Podíamos recomeçar os jogos todos de novo, ia ser divertido — propôs Lisanna
com um grande sorriso.
— Sempre fazemos isso, precisamos de algo
novo, não acha Hana?
— Heh? N-não sei.
— Grr, como quer que o Neito olhe para si
se você nem consegue dar sua opinião.
—
Falavam de mim? — Um rapaz de estatura média, com os cabelos castanhos
penteados para trás e uns lindos olhos negros surgia comendo um sorvete.
— Heh? Ne-Neito? — Hana ficava em pânico,
teria ele ouvido alguma coisa? A garota tremia por todo o seu pequeno corpo.
—
Não, ninguém falou de si, vá embora peste, não consegue ver que isto é uma
conversa privada — resmungou Mizumi.
— Me
perdoe, só gostava de saber se a Hana aceita o convite para vir tomar um
sorvete comigo?
—
Que? Eu e você? — O rosto de Hana ficara vermelho como um tomate.
—
Ela não pode, temos planos — informou Mizumi.
—
Uma pena, bom, parece que vai ter de ficar para outro dia — Neito afasta-se,
deixando para trás as garotas, pobre Hana que ficou paralisada e não conseguiu
nem proferir uma palavra.
— Isso foi feio Mizumi — reclamou
Lisanna.
—
Ora, eu não impeço a Hana de ir, mas ela tem de ir falar com ele.
— Não, va-vamos embora — Hana se levantou e
sorriu.
— Você é mesmo uma covarde — zombou
Mizumi.
As três amigas deixam o colégio e
caminham pelas ruas da cidade, procurando algo para fazer, como todos os dias,
elas vão até à loja do senhor Koji para ver as novidades do mundo dos
videojogos, quem sabe encontram algo que gostem, o senhor Koji é um velhinho
simpático com um bigode estranho, ele lembra aqueles aristocratas antigos com
as pontas do bigode em forma de caracol.
— Boa
tarde senhor Koji — cumprimentaram as três em coro.
— Olá
meninas, estava mesmo pensando em vocês — disse o velhote ajeitando o laço.
— Ah sim?
Tem alguma novidade? — Perguntou Mizumi curiosa.
— Tenho
sim, chegou hoje às minhas mãos um jogo interessante — o senhor Koji abaixou-se
por detrás do balcão e pega em uma embalagem negra com um Pikachu estampado na
parte da frente — aqui está, é o único que tenho, mas achei que vocês
gostariam.
— Um
jogo novo? Nunca ouvi falar — comentou Lisanna.
—
Pokémon Virtualidade Real? — Questionou-se Hana pegando na embalagem.
— Não
deveria ser realidade virtual? — Perguntou Mizumi com um tom sarcástico — está
visto que é uma hackrom de alguém que nem escrever sabe — zombou. Uma hackrom é
um jogo criado por fãs.
— Eu
gostei do nome — comentou Lisanna sorrindo.
— Olhem
para isto, nem imagens tem, apenas um estúpido Pikachu na capa e um título
ridículo e mal escrito — reclamou Mizumi, mais uma vez.
— Eu
levo-o — disse Lisanna — quanto é?
— Bom,
como vocês são as minhas melhores clientes, vendo-vos esse jogo por $75
— Oh... — Lisanna olhava para a
sua carteira — só tenho $25... meninas, podem me emprestar?
— Você
está vendo banco escrito na minha testa? — Perguntou sarcasticamente Mizumi.
Lisanna começou a encarar a testa da loira — era uma pergunta de retórica
burra! — Gritou.
— Eu
também só tenho $25, mas pode ficar com ele — disse Hana entregando o seu
dinheiro à amiga.
—
Muito obrigada. Mizumi, só falta você.
— Não.
— Por favor, por favor com uma cereja no topo
— Lisanna implorava aos pés de Mizumi.
— Que
chata, tudo bem, mas você vai me deixar jogar primeiro.
—
Julguei que achava o jogo parvo — comentou Lisanna com tom de troça.
— Quer
o dinheiro ou não?
— Sim,
perdão — Lisanna recebe mais $25, fazendo a conta certa e entrega ao senhor
Koji.
Já com
o jogo em mãos, as três amigas correm para casa de Hana, pois era a que ficava
mais perto da loja, Lisanna desempacota a embalagem e retira o cartucho negro
com a mesma imagem do Pikachu estampada.
— Você
disse que eu era primeira — Mizumi retira bruscamente o cartucho das mãos da
ruiva e o insere no console de Hana, uma Nintendo DS branca.
Assim
que o cartucho é inserido, a garota liga o console e a imagem fica com varias
cores cintilando.
— Huh?
Que estranho, nunca vi uma intro assim?
As
outras duas olham para o visor e de repente o console começa a soltar uma aura
energética, um raio de luz é expelido pelo visor e em seguida o quarto de Hana
fica envolto em cores e luzes, as três ficam assustadas, principalmente quando
em cima da secretária da pequena, surge outra garota, com os cabelos longos de
cor castanha, mesma cor dos seus grandes e brilhantes olhos, ela usava um
vestido amarelo com um cinturão castanho a meio, mas o que saltava mais à
vista, eram as suas orelhas finas e pontiagudas da cor do vestido, assim como
sua cauda em forma de raio elétrico.
—
Q-Quê??? — As três ficaram em pânico com a entrada daquela garota.
— Bem vindas a Pokémon: Virtualidade Real,
o meu nome é Dora e serei a vossa guia, o vosso objetivo será capturar os 150
Pokémon do jogo.
— Heh?
— As três garotas ficavam confusas.
—
Alguma questão?
— Sei
que me vou arrepender por perguntar isto, mas... de onde é que você apareceu? —
Perguntou Mizumi.
— Ora, eu sou a guia do jogo tolinha.
—
Entendo... meninas, liguem para o manicómio, ela tem de ser internada.
—
Quê? Vocês ligaram o jogo, vocês me chamaram.
—
Olhe, eu não sei como você entrou aqui, ou como criou todas estas cores, mas se
não vai embora, eu chamo a policia — disse Mizumi, Entretanto uma pequena ave
castanha pousa na janela do quarto de Hana.
—
Erm... meninas? — Lisanna chamou a atenção das outras duas e aponta para a
janela.
—
Aquilo é um Pidgey? — Questionou-se Hana.
—
Claro tolinha, o jogo começou, têm de os capturar todos — explicou Dora com um
grande sorriso no rosto.
—
Só posso estar a sonhar — disse Mizumi — espere... você disse capturá-los
todos?
—
Isso mesmo haha.
—
Você libertou-os todos na cidade?
— Sim
sim, eles andam por todo o lado.
— Você
está dizendo que libertou 150 criaturas selvagens numa cidade cheia de humanos?
— Heh?
— A expressão de Dora congelava, a garota havia percebido a borrada que fez.
Agora
cabe ás três amigas começarem este jogo, será que elas vão conseguir
capturá-los todos antes que haja estragos? Não percam os próximos capítulos
desta nova história.
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